Três pessoas são indiciadas por injúria racial contra idoso

Esta semana a Polícia Civil indiciou um funcionário e dois ex-funcionários do Hospital Dom João Becker, de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Eles são investigados por crime de injúria racial contra o idoso Everaldo da Silva Fonseca, em abril deste ano, conforme artigo https://revistaraca.com.br/cirrose-ou-racismo-no-hospital-gaucho/ feito pelo Dr. Hédio Silva.

“Relativamente ao crime de injúria racial, a instituição entende que não ocorreu e que carece de melhor apreciação, haja vista o contexto integral da prova oral produzida, o que deverá ser objeto das próximas instâncias legais”, informou em nota a direção do hospital.

De acordo com a polícia, uma técnica de enfermagem, que ainda é funcionária do local e que teve o celular furtado na ocasião, foi indiciada por injúria racial e constrangimento ilegal. No dia seguinte ao ocorrido, ela entrou em licença médica e ainda não retornou. A assessoria de comunicação do hospital informou que ela será demitida, assim como uma técnica de enfermagem e um vigilante, indiciados por constrangimento ilegal, uma vez que teriam acusado Fonseca de roubar o telefone. Uma quarta funcionária, que já havia sido demitida, não foi indiciada.

“O hospital entendeu omissão, por isso ela foi demitida, mas em relação aos crimes, a gente verificou que ela esteve em outros ambientes, fazendo outras tarefas, mas ela não concorreu para esses crimes”, disse o delegado Márcio Zachello.

O crime de constrangimento ilegal se refere a revista pessoal no corpo e pertences do idoso, “o qual, pelas circunstâncias pessoais (como idade avançada, compleição física inferior ao autor, condição social não elevada), período (madrugada) e sozinho dentre funcionários, resistência alguma poderia oferecer”, destaca o inquérito policial.

Uma das testemunhas ouvidas pela polícia disse que presenciou o momento em que uma das indiciadas se referiu ao idoso com as palavras: “foi aquele nego ali que furtou o celular”, o que confirma o depoimento de Fonseca. A mulher dele, que estava internada por problemas no fígado, sofreu uma parada cardíaca e morreu.

Segundo o delegado Márcio Zachello, responsável pelo caso, a pena para injúria racial é detenção de um a três anos e para constrangimento ilegal, de três meses a um ano.

De acordo com o inquérito policial, imagens de câmeras de segurança do local auxiliaram na investigação. Todos os envolvidos negaram participação em agressões e injúrias.

Não foi possível comprovar o crime de lesão corporal, já que as câmeras mostram apenas um dos vigilantes do local revistando os pertences de Fonseca, segundo o delegado.

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