Um em cada cinco professores negros afirma já ter sofrido racismo no ambiente escolar
Em pesquisa realizada pelo Datafolha, 31% dos professores entrevistados afirmam já ter sofrido discriminação racial
Uma pesquisa encomendada pela Associação Mulheres Pela Paz sobre preconceito no ambiente educacional e realizada pelo Datafolha, apontou que um em cada cinco professores negros da rede pública afirma já ter sofrido discriminação racial no ambiente escolar.
A pesquisa foi realizada com professores negros da rede pública de São Paulo. Ao todo, entre os dias 26 de julho e 18 de agosto, foram ouvidos 285 docentes de ensino fundamental de 15 municípios do Estado. As entrevistas foram realizadas por videochamada e também por telefone, utilizando dados da lista de contatos da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
No total, 31% dos professores que compõem o grupo disseram já ter sofrido discriminação racial. A pesquisa afirma que “depois do racismo, em segundo lugar entre os preconceitos relatados com mais frequência contra os professores aparece a gordofobia (6%), seguida por discriminação por aparência ou condição física (5%). Racismo e gordofobia são também os atos discriminatórios que mais docentes relatam ver sempre nas escolas –25% e 23%, respectivamente. Em seguida, vem a homofobia (19%).”.
A pesquisa aponta ainda que, 39% dos professores entrevistados afirmam que nunca participaram de uma formação que oriente sobre como lidar com atos discriminatórios em sala de aula.
Ao lembrar que a obrigatoriedade do ensino de “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” está prevista em lei, nos indignamos com os dados apresentados na pesquisa. Ainda é preciso muita luta para que professores recebam formação adequada e para que os alunos conheçam a verdadeira história do país, estabelecendo uma relação étnico-racial de respeito.