Zélia Amador de Deus recebe Prêmio de Direitos Humanos da BrazilFoundation
Durante jantar filantrópico em Nova York, a educadora teve sua trajetória na luta antirracista e pelos direitos da população negra reconhecida
A trajetória da professora Zélia Amador de Deus, uma das principais referências na luta antirracista e pelos direitos da população negra, será reconhecida e homenageada, no dia 28 de outubro, durante o Jantar Filantrópico da BrazilFoundation em Nova York. A paraense, educadora, artista e militante histórica do movimento negro brasileiro receberá o Prêmio de Direitos Humanos da organização – BrazilFoundation’s Human Rights Award.
Nascida na Ilha de Marajó, no norte do Pará, e criada pela mãe, que era empregada doméstica, Zélia se tornou a primeira reitora negra de uma universidade brasileira. Professora e Doutora pela Universidade Federal do Pará (UFPA), teve sua vida retratada em um curta-metragem ‘Amador, Zélia’ que narra o primeiro caso de racismo que sofreu até o seu legado na Universidade Federal do Pará.
Para a presidente e CEO da BrazilFoundation, Rebecca Tavares, a educadora tem uma uma história importante para o país e não poderia deixar de ser reconhecida. “Estou muito feliz em oferecer o Prêmio de Direitos Humanos à Professora Zélia Amador de Deus por suas contribuições ao longo da vida, por sua luta pelos direitos dos negros e da cultura afro-indígena e pioneirismo nos estudos afro-brasileiros, sendo cofundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará”, comenta.
Em 2012, Zélia participou da criação da Lei nº 12.711/2012, conhecida como “Lei de Cotas”, sendo defensora do sistema de cotas para negros, pardos e pobres nas instituições federais.
Zélia participou do evento através de uma videochamada, a professora doutora estava em sua casa, em Belém no Pará. Em entrevista ao portal O Liberal, ela ressaltou que a luta é coletiva “Estou muito feliz sim, mas eu sempre destaco que a luta é coletiva, que não é um prêmio meu, é de todos nós, cada título, cada homenagem abrem frestas no tecido espesso da sociedade racista em que vivemos para que o nosso lugar se torne visível”.
A professora será homenageada pela Escola de Samba Os Colibris, em 2022. Que abordará a representatividade e resistência como temas principais.