A história de Maria Felipa

Conheça a história de Maria Felipa, importante personagem na Independência da Bahia

 

TEXTO: Ubiratan Castro de Araújo* | FOTO: Divulgação Casa de Maria Felipa | Adaptação web: David Pereira

Conheça a história de Maria Felipa \ FOTO: Divulgação/Casa de Maria Felipa

Conheça a história de Maria Felipa \ FOTO: Divulgação/Casa de Maria Felipa

Descendentes de africanos sudaneses, Maria Felipa nasceu em Itaparica e fez história por sua grande coragem nos combates travados contra os portugueses. Conta-se que a baiana, praticante da capoeira, era extremamente atraente e de porte físico de chamar a atenção. Muito querida na ilha, ganhava a vida vendendo marisco. Sua participação na luta pela independência da Bahia foi bastante ativa, não se limitando a discursos inflamados, suas armas, no entanto, foram a inteligência, a coragem e a solidariedade.

Maria Felipa atuou na guerra como enfermeira e como uma eficiente informante, mas ganhou fama no episódio em que liderou um grupo de 40 outras corajosas mulheres contra soldados portugueses. Segundo historiadores, elas avistaram a esquadra de 42 embarcações lusitanas ancoradas nas imediações da Ilha de Itaparica aguardando a ordem para invadir Salvador e reprimir as ações pela independência baiana.

Algumas dessas guerreiras baianas, então, se aproximaram dos dois vigias da esquadra – Araújo Mendes e Guimarães das Uvas – e dotadas de encantos, os seduziram. Certos de que teriam alguns momentos de prazer, eles as levaram para um local mais distante e baixaram a guarda. Já nus, foram surpreendidos com uma surra de galhos de cansanção (planta que provoca uma grande sensação de queimadura ao tocar a pele). Logo após renderem os guardas, o grupo de mulheres lideradas por Maria Felipa ateou fogo em todas as embarcações portuguesas, o que enfraqueceu consideravelmente as tropas e as pretensões portuguesas de invadir Itaparica.
*Ubiratan Castro de Araújo Araujo é escritor, membro da Academia de Letras da Bahia, Doutor em História pela Sorbonne – Paris VI, Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia e Diretor Geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

 

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