Americanos exigem justiça por morte arbitrária de homem negro

Violentos protestos têm dominado a cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, por conta da morte de George Floyd, de 46 anos, durante uma ação policial. Os manifestantes pedem justiça e exigem a prisão do agente que asfixiou o homem negro com o joelho, na segunda-feira (26).

Os atos, inicialmente pacíficos, reuniram milhares de manifestantes e acabaram em confrontos com a polícia, que disparou balas de borracha e gás lacrimogêneo. Em resposta, foram lançadas garrafas e outros objetos. Na confusão, lojas foram saqueadas e incendiadas. Uma pessoa foi baleada pelo proprietário de um estabelecimento e morreu.

O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, que já havia anunciado na terça-feira (26) o afastamento dos quatro agentes envolvidos no incidente, pediu agora a detenção do responsável. A congressista Ilhan Omar, que representa a cidade de Minneapolis, também defendeu que o policial seja acusado de homicídio.

Em Los Angeles, centenas de manifestantes fizeram uma marcha pelo Centro Cívico e chegaram a bloquear temporariamente uma rodovia, provocando confronto com a polícia. Uma viatura foi vandalizada e pelo menos uma pessoa ficou ferida. Em Memphis, cerca de 100 pessoas fecharam uma avenida. Ao menos duas pessoas foram presas.

Floyd morreu depois de ser detido por suspeita de ter tentado pagar uma compra com uma nota falsa de 20 dólares em um supermercado. Imagens de celular gravadas por uma testemunha mostram Floyd deitado ao lado da roda traseira de um veículo, com um oficial branco prendendo-o ao asfalto, pressionando com seu joelho o seu pescoço. A vítima pode ser ouvida gemendo repetidamente e ofegando enquanto implora: “Por favor, eu não posso respirar, por favor, cara”.

Depois de vários minutos, Floyd gradualmente vai ficando quieto e deixa de se mexer. O policial não tira seu joelho do pescoço de Floyd até ele ser colocado numa maca por paramédicos. Uma ambulância levou Floyd a um hospital, onde ele morreu pouco tempo depois.

“Quero que esses policiais sejam acusados de assassinato, porque é exatamente isso o que eles fizeram, cometeram o assassinato do meu irmão”, disse a irmã da vítima, Bridgett Floyd, à emissora de televisão NBC.

A polícia alegou que o homem resistiu à prisão, mas novas imagens, captadas pelas câmaras de um restaurante em frente ao local onde ocorreu a detenção, mostraram Floyd sendo conduzido à viatura policial, de mãos algemadas e sem oferecer resistência.

A chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que o departamento vai conduzir uma investigação interna. Na cidade, o regulamento do uso de força do departamento permite que um agente se ajoelhe no pescoço de um suspeito, como “opção de força não letal”. De acordo com o mesmo regulamento, os “oficiais devem usar apenas a quantidade de força necessária”.

O FBI está conduzindo uma investigação federal, a pedido da polícia de Minneapolis. Já o sindicato da polícia pediu ao público que espere pelo desenrolar da investigação e que não “se apresse em julgar e condenar imediatamente os policiais”.

A estrela da NBA, LeBron James, postou no Instagram a foto do policial com o joelho no pescoço de Floyd, juntamente com outra fotografia de Colin Kaepernick, ex-jogador da NFL, que ajoelhou-se durante o hino dos EUA em protesto contra a violência com negros.

Naomi Campbell também expressou sua indignação.

Estou doente e cansada de tudo isso. Cansada de estar triste em ver nosso povo morrendo desnecessariamente. Assediado, humilhado nesses tempos de desafios. Eu pensei que nós pudéssemos ficar juntos, mas parece que o coronavírus trouxe mais racismo, de uma forma maior. Onde isso acaba? Eu sou negra e tenho orgulho”, escreveu.

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