Com vocês, Michelle Obama
Não é novidade dizer que Michelle Obama é uma figura das mais importantes da história atual dos Estados Unidos. Barack Obama pode ter sido o presidente dos Estados Unidos, mas foi sua esposa, Michelle Obama, que parece manter um lugar fixo em nossos corações. Muito além do que apenas uma primeira dama, Michelle Obama se tornou um ícone na história norte-americana por sua classe, inteligência e força diante de dos desafios de uma sociedade ainda racista.
O documentário “Minha História”, baseada na autobiografia homônima lançada em 2018, chegou em maio na Netflix e relata com sensibilidade e força a trajetória da ex-primeira dama, uma das mais inspiradoras de toda a história do país. No filme, Michelle relembra momentos da sua vida, debate questões sociais e políticas, fala sobre autoestima e o papel fundamental da comunidade negra em sua formação e estrutura como pessoa.
Becoming (título em inglês que, em tradução livre, significa “Se tornando”), traz um relato sensível sobre estes desafios. Mas mais do que apenas falar como Michelle Obama se tornou o que é hoje, mostra a importância de existir figuras como ela para outras jovens em todo o mundo. Além de acompanhar a turnê de lançamento, o documentário traz encontros em que Michelle conhece outras meninas, de realidades diferentes, que sonham em superar os desafios estruturais do racismo.
A chave do brilhantismo do documentário está, exatamente, em mostrar estas jovens. Diferente da biografia que, em menos de cinco meses se tornou um dos livros de memórias mais vendidos da história, o documentário foca menos na vida íntima de Michelle e mais em sua figura carismática e poderosa de como a representatividade pode transformar a vida das jovens. Enquanto alguns veículos se perderam ao criticar negativamente o documentário por “não revelar detalhes da intimidade” da família Obama, o que é possível perceber é uma história cheia de emoção e carinho por parte do casal.
Obama aparece como um mero coadjuvante, com algumas participações especiais, assim como as filhas Sasha e Malia. Produzido em colaboração com a Higher Ground Productions, a produtora do casal Obama, o relato desencadeia emoção – e, no meu caso, algumas lágrimas – e parece ser o promissor começo da parceria da produtora com a Netflix firmada desdes 2018, com a promessa de conteúdos que abrangem uma vasta gama de produções de ficção e não ficção, dirigida a todos os públicos.
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