Heitor dos Prazeres

Conheça a história do artista Heitor dos Prazeres

 

Texto: Oswaldo Fautino | Foto: Divulgação | Adaptação web Sara Loup

Heitor dos Prazeres | Foto: Divulgação

Heitor dos Prazeres | Foto: Divulgação

O talento de Heitor dos Prazeres (1898-1966), fosse tocando, compondo ou pintando, só era menor que sua generosidade. Foi ele que incentivou Assis Valente a encarar a carreira de compositor, que preferia a segurança da profissão de protético e de chargista e caricaturista para as revistas Fon Fon Shimmy. Heitor levou pessoalmente Assis à gravadora para mostrar Tem francesa no morro, que marca sua estreia no mundo fonográfico.

Filho de um marceneiro e clarinetista da banda da Polícia Militar e da Guarda Nacional, que também tocava caixa, Heitor dos Prazeres tinha a música dentro de casa. Fez-se marceneiro, carpinteiro e polidor de objetos em madeira, mas também trabalhou como tipógrafo e sapateiro. Garoto muito agitado e rebelde, foi expulso de três colégios e sua educação ficou a cargo da avó. Apesar de trabalhar desde os 7 anos, chegou a se preso por vadiagem aos 13, e levado para a Colônia Correcional da Ilha Grande, onde passou dois meses.

Sua estreia em regional de choro, tocando cavaquinho, do qual se tornou um mestre, foi aos 14 anos, época de suas primeiras composições: O limoeiro, limão e Adeus, óculos. É famosa sua briga com Sinhô, ambos reivindicando a autoria de Cassino maxixe, uma versão anterior de Gosto que me enrosco, e de Ora vejam só, ambos sucesso na voz de Francisco Alves.

Nem se pode imaginar o prazer que teve ao ser reconhecido por Sinhô como parceiro nessa criação e ao receber, mesmo em prestações, os 38 mil réis a que tinha direito. Suas criações solo ou em parceiras com Noel Rosa, Cartola e Herivelto Martins, entre outros, certamente resultaram de momentos prazerosos. Outro prazer de Heitor foi participar da criação de algumas escolas de samba como a Deixa Falar, a De Mim Ninguém se Lembra, a Portela e a Mangueira, todas no ano de 1928.

Prazeres não faltaram à vida desse artista, como o de ver seu quadro Moenda, exposto na I Bienal de Arte de São Paulo, em 1951, e também nas de 1953 e 1961, além das exposições no exterior. Prazer de ver Heitorzinho dos Prazeres, seu filho, seguindo pela mesma estrada e de saber que, se depender de nós, ele sempre será lembrado, por todos os prazeres sua arte nos proporciona.

 

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