Zara é acusada mais uma vez de racismo, desta vez contra um jogador de futebol
Parte da cena foi filmada pela namorada do atleta; ele afirmou ter se sentido constrangido e acuado
A rede de lojas Zara foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter na manhã desta sexta-feira (23), novamente por conta de um suposto caso de racismo. O fato ocorreu, desta vez, contra o jogador de futebol Guilherme Quintino, dentro de uma loja que fica no BarraShopping, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A rede de lojas Zara já sofreu várias acusações de racismo.
A cena foi toda filmada pela namorada de Quintino, Juliana Ferreira. “Fui abordado de forma totalmente ríspida, estava saindo de mãos vazias. Me senti constrangido e acuado naquela situação”, afirmou Guilherme.
O caso, que ocorreu no último domingo (18), foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Imagens de câmeras de segurança e a listagem dos funcionários que estavam trabalhando no momento da abordagem já foram solicitadas.
O atleta já atuou nos times de base do Flamengo e do Botafogo e atualmente está no Volta Redonda.
O caso
De acordo com Juliana, ela pegou uma ecobag que é fornecida aos clientes e a entregou para Guilherme. Os dois chegaram a escolher algumas peças, mas resolveram não comprar nada.
A sacola foi deixada por eles em uma arara da loja. Ao tentarem sair, o segurança impediu Guilherme. Juliana disse que questionou a ação, mas não foi respondida pelo funcionário. Toda a abordagem durou cerca de 40 minutos.
O atleta afirma que foi obrigado a seguir, acompanhado do segurança, até a arara onde havia deixado a bolsa. Depois disso, o funcionário levou a ecobag até uma mulher para a verificação dos itens.
Ele afirma que foi questionado pelo segurança o tempo todo.
’Cadê a bolsa que estava na sua mão?’ e eu disse: ‘Eu deixei na parte masculina’. E ele enfatizava: ‘Cadê a bolsa? Então me leva até ela’. E eu fui, sem problema nenhum. Ele viu, e aí fiquei em choque, constrangido”, narrou.
“Minha namorada percebeu a situação, pediu uma resposta e começou a gravar o que estava acontecendo, por que queriam a sacola, sendo que eu estava saindo de mãos vazias e não tinha como levar nada”, disse o jogador.
Vários clientes que estavam presentas na loja prestaram solidariedade a Guilherme e consideraram que houve uma atitude clara de racismo.
O que dizem os citados
Por meio de nota, a Zara informou que está apurando o ocorrido. A empresa afirmou ainda que a abordagem relatada não é a prática da companhia nem reflete seu posicionamento e valores. A Zara afirmou ainda que não admite qualquer ato de discriminação.
A administração do BarraShopping disse que lamenta o fato e repudia qualquer ato de discriminação. O centro de compras afirmou ainda que está à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos.