O racismo que não respeita fronteiras

Por: Jaice Balduino

Não dá mais para negar o racismo! O posicionamento dos brancos nessa luta é importante para dar voz à essa discussão e quando se entra na frente da luta antirracista, entra-se em várias outras frentes.

Na tarde de ontem(30), os filhos do casal Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso foram vítimas de racismo em Portugal. Segundo a atriz, a mulher xingou Bless e Titi, assim como uma família de turistas angolanos que estava no lugar, cerca de 15 pessoas.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, Giovanna reage aos ataques e discute com a mulher enquanto Bruno chamava a polícia. A mulher foi levada, escoltada e presa, contudo a  Comunicação e Relações Públicas da polícia confirmou a soltura após atestar condição de alcoolismo.

Muitas pessoas sempre perguntam o que é uma prática antirracista. Obviamente, não há prática antirracista se não houver, primeiro, uma conscientização do que é e como funciona o racismo na sociedade brasileira e em qualquer outro lugar. Então, ela passa por um processo de consciência, mas a consciência por si só não é a prática.

O lugar de um branco na luta antirracista é diferente, pois as questões raciais são estruturantes e fazem parte, infelizmente da nossa sociedade. Todos esses elementos ajudam a compor a subjetividade, a autoestima e a identidade da criança negra.

As disparidades estatísticas entre raças são, contudo, só uma das facetas da experiência de ser uma mãe e ser mãe negra no país. Há uma preocupação grande vinda de todo um sistema de  violências que os filhos são vítimas.

O medo da morte é constante e, no caso das mães negras, a luta ainda é por ter o direito de ver seu filho crescer em paz, com direitos assistidos e oportunidades.

O racismo se manifesta de diversas formas. E é importante observar – diante da pergunta constante sobre o que fazer – que não há um modo único ou certo de estar na luta antirracista, mas sim modos relacionados ao grau de comprometimento com a causa, de acordo com a sua inserção no mundo.

Assim, é preciso que os brancos letrem-se racialmente, e ao mesmo tempo, rompam com as estruturas que sustentam seus privilégios cotidianos. A tarefa é árdua, com certeza. Mas isso deve ser apenas mais um motivo para começa-la, imediatamente.

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